Quem sou eu?
Senta, que lá vem a história:
Sou um fotógrafo e educador físico formado em licenciatura plena pela Escola de Educação Física e Desportos da UFRJ em 2007. Apaixonado por música desde a infância, carrego ela comigo como fonte de inspiração para tudo o que faço.
Desde criança tive contato intenso com a arte, por forte influência familiar. A fotografia, em especial, anda ao meu lado desde o nascimento. Meu saudoso avô José, que também era meu padrinho, estava sempre com sua câmera a tira colo, e foram dele os registros das primeiras festas que tenho lembrança. Igualmente apaixonado é o meu tio, que inclusive chegou a improvisar um laboratório em casa para revelar conosco (eu, minhas irmãs e primos) os inúmeros negativos que guardava, que sempre despertaram nosso interesse. Embora nunca tenha trabalhado oficialmente com fotografia, ainda hoje ele nos encanta com seus cliques.
E nunca menos importante: minha mãe. Durante minha infância ela atuou apenas como uma mãe normal, que adorava registros dos filhos. Amante de viagens, dedicou uma boa parte da vida a conhecer diferentes cantos do mundo, sendo a Europa seu roteiro favorito. E com as viagens, sempre vinham inúmeras fotos. E aos poucos foram surgindo novas e melhores câmeras de passeio. Minhas primeiras fotos foram feitas com essas câmeras. Em 2010 ela foi diagnosticada com câncer de mama, e após um período bastante desafiador no tratamento, viu seu quadro melhorar. Com esta melhora veio a percepção de quão valioso é cada momento que passamos aqui neste planeta. Ela se dedicou mais ainda a saborear as oportunidades que a vida oferece, os lugares, momentos, companhias. Creio que foi nesse momento que adquiriu a Eleanor. É uma Power Shot G12, da Canon. Foi com ela que minha mãe fez maravilhosos registros de suas experiências nesse momento de consciência expandida.
Infelizmente, no final de 2011 tivemos a notícia de que o câncer não tinha ido embora, e começava a se espalhar. Depois de um ano em tratamento, ela descansou em janeiro de 2013. Não saberia descrever quão difícil foi esse período.
Curiosamente esta era a curva que traria minha estrada até aqui. Herdei a Eleanor. Batizei ela com este nome em alusão à música Eleanor Rigby, dos Beatles. Minha mãe amava os quatro rapazes de Liverpool, e eu achei que seria uma homenagem singela, mas oportuna. Tirei muitas fotos com ela sem saber as possibilidades que ela me oferecia, no modo automático, apenas apontando e clicando. Gostava de pegar momentos espontâneos de pessoas distraídas, uma espécie de fotojornalismo inocente. Como o mundo dá voltas, num dia bem aleatório, indo de uber para a academia onde trabalhava, veio o estalo. O motorista era um jornalista desempregado, que atuava também como fotógrafo de alimentos. Durante a viagem eu conheci o instagram dele, e ele foi me contando como havia feito aquelas fotos. Ali foi a primeira vez que ouvi falar na santíssima trindade ISO, obturador e diafragma. Ali me dei conta que a Eleanor me proporcionava tudo isso, e eu jamais havia explorado essas possibilidades. Foi assim que comecei a estudar fotografia, inicialmente como um hobbie.
Não tardaria muito para que ela se tornasse o principal instrumento para o exercício da minha missão.
MINHA MISSÃO
O que eu faço, e por que eu faço?

Nos meus 17 anos atuando em um salão de musculação, tive a oportunidade de conhecer os mais variados tipos de pessoas, com as mais diversas histórias. Sempre enxerguei o trabalho em academia como uma forma de promoção da saúde, e nada era mais gratificante do que melhorar a qualidade de vida dos clientes mais variados, vencer os diferentes desafios que cada novo aluno trazia consigo.
Nunca fui muito fã das ditaduras da moda, dos modelos veneráveis de imagem e comportamento, e o universo fitness é um pouco regido por estes conceitos. A ideia de um padrão imposto gerava uma percepção de não pertencimento em muita gente. Novo demais, velho demais. Muito magro, ou muito acima do peso. A roupa aceitável do momento não favorece o corpo... Sem perceber, afundamos num ciclo de cobranças e insatisfação, perdemos a autoestima, potencializamos questões de cunho psicológico, adoecemos.
Ao tomar consciência deste quadro, eu percebi que o meu trabalho tinha o poder de transformar as pessoas. Que as mudanças que promovíamos era uma poderosa ferramenta para o aumento da auto aceitação. Comecei a naturalmente me interessar mais por trabalhar com aqueles que não pertenciam ao grupo “elogiável”. É claro que eu atendia todas as pessoas indiscriminadamente, mas me fascinava poder participar da transformação daquelas pessoas em especial. E elas eram muitas.
Da mesma forma, com minha fotografia eu gosto de adentrar o universo singular de cada pessoa. Gosto de explorar as maravilhas individuais, a poesia única que existe em cada um de nós. Em tempos de muita informação acessível, seguimos sendo bombardeados com padrões. Existe sempre uma nova forma de dizer que o legal e bonito é aquilo que não somos. Tenho para mim que cada pessoa é maravilhosa exatamente como é. E percebi que nem sempre conseguimos enxergar dento de nós a beleza que vemos com facilidade ao olharmos para fora.
Com o meu olhar, busco mostrar toda a magia que reside em nosso íntimo, mas que de alguma forma se esconde da nossa percepção. Porque todos somos seres divinos e encantadores, e merecemos enxergar em nós mesmos todas as razões para nutrir o mais sincero e intenso auto amor.
Sem ele, qualquer tentativa de doar amor ao próximo é incompleta.
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